quinta-feira, 4 de março de 2010

Fim de Tarde, Fim de Linha

Por Marília Fittipaldi

     Bom dia caros leitores.
     Férias nos proporcionam um bom tempo ocioso, e digo-lhes que “aproveitei” o meu tempo dessas férias (que acabo de sentir que realmente acabaram) de diversas formas. Uma delas foi observando as tardes da TV brasileira. Após ler uma matéria da revista VEJA de quase um ano atrás (maio de 2009) resolvi querer ver se era exagero ou não, dizer que as tardes estavam “niveladas por baixo”, os programas estavam virando “telebarracos” e o jornalismo, “mundo-cão”.
     Para entender melhor vamos aos duelos. O primeiro é entre o programa Márcia, da Band e o casos de Família, do SBT. Sendo apresentados respectivamente por Márcia Goldschmidt (R$ 250.000,00 mensais, segundo a VEJA) e Christina Rocha (R$ 40.000,00 mensais, segundo mesma fonte) os programas possuem a mesma característica de barracos televisivos. Na Bandeirantes, o inicio é às 16:00 e o nível fica rente a uma linha onde se encontra detector de mentiras, exposições familiares, tratamento de beleza para mulheres que não acham namorado ou tem um relacionamento afundado e aconselhamentos vindo da própria apresentadora; não vou ser injusta e dizer que as vezes não se faz presente um advogado ou psicólogo, mas nada que sobressaia a opinião ou presença da própria Márcia.. No SBT a coisa piora um pouco mais (te parecia impossível? A mim não), tendo inicio às 17:00 o programa que foi reformulado, perdeu completamente a idéia de auto-ajuda que tinha anteriormente, sempre com um psicólogo fechando o caso; agora a apresentadora está ali para botar lenha na fogueira, cutucar os problemas dos outros, expor completamente a lavagem de roupa suja das pessoas. É claro que o individuo que se inscreve para comparecer a estes locais, não deve esperar sair de lá com seu problema seja e nem com seus sentimentos/privacidade poupados, já que o interesse é no ibope, só. Mas a partir do momento que nenhum profissional especializado colabora, não há sentido.
     O segundo e mais concorrido duelo começa a partir dás 17:30 quando José Luiz Datena (R$ 350.000,00 mensais segundo a VEJA) inicia o Brasil Urgente gritando e esbravejando contra a impunidade e repetindo incontáveis vezes as imagens “chocantes” do dia, imagens estas, vindas na maioria das vezes de um helicóptero, mas não se assuste se eles vierem de um motolink. Às 18:00 o Programa do Ratinho, apresentado por Carlos Massa, obviamente, o Ratinho (R$ 500.000,00 a 1 milhão de reais por mês, dependendo do faturamento do programa; segundo a VEJA), começa com o já conhecido “humor”, seus já conhecidos bonecos e “colegas de palco”, com os quadros infames e tudo o que sempre se soube ao falar do apresentador; realmente nada de novo, se não o cenário e o salário, mas tudo o que sempre deixou duvidas quando se questiona qualidade. Meia hora depois Reinaldo Gottino dá inicio ao SP Record, que antes era apresentado por Geraldo Luís (que faturava R$ 130.000,00 por mês segundo a revista VEJA), mas não perdeu em nada a característica de mundo-cão que tinha, assim como seus concorrentes. Mas ao me ver, este último é o mais leve, não possui humor chulo, nem muita gritaria, apesar de ter a mesma características que todos os falados aqui: o sensacionalismo.
     Encurtando a conversa, só me resta dar os pêsames aos que não tem TV paga, ou aos que passam/passaram alguma tarde em sala de espera com TV, e recomendar: não adianta assistir RedeTV antes desses ai, estará passando o “programa funeral” comandado por Sônia Abrão, A Tarde é Sua e ao não ser que você queira saber quem morreu e assistir a tarde toda à matérias picadas, sobre inutilidades... here go, gosto é gosto. Despeço-me desejando um fim de semana ótimo, que vocês tenham coisas mais legais para fazer.

Um comentário:

Laura disse...

realmente Lila, nessas ferias, alguns dias nao tinha oq fazer e fui me atrever a assistir esses programas, sao pessimos, nada cultural ou construtivo, eh apenas uma lavagem de dinheiro e lavagem celebral contra o publico pobre levando-os a gostar disso. Talvez se a programaçao da tarde tentasse ser menos sensacionalista e um pouco mais cultural talvez nosso país conseguisse ser melhor.

Postar um comentário