terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Lamber o cotovelo

Por Jéssica Bueno

     Bom dia galera! Sou a nova colunista matutina de suas terças, podem me chamar de JeHh, assim customizado mesmo haha. Não sou muito boa com apresentações e textos em primeira pessoa, mas como a primeira impressão é a mais difícil de ser mudada vou me esforçar!
     Terminei o ensino médio ano passado e vou começar a cursar jornalismo na Pucc. Muitas pessoas me perguntam por que escolhi jornalismo, uma vez que o diploma não é mais exigido, e sempre lhes respondo: porque escrever é a minha vida, além do mais, não é porque legalmente ele não seja exigido que deixou de ser necessário. Depois dos frequentes “porquês”, também recebo muitos alertas, como: “Jornalismo é uma profissão difícil, quase ninguém trabalha na área” , “ah! Tem que ser muito bom pra dar certo”.
     Sempre opto por não responder. Claro que é uma área difícil, sei disso mais do que ninguém, às vezes penso que se não fosse difícil não teria me atraído tanto. Ademais, o que não está complicado hoje em dia? A diferença entre sucesso e fracasso está na confiança, e do quanto alguém está disposto a se esforçar por si mesmo.
     E isso remete ao assunto que vou tratar nesse primeiro post.
     Semana passada ouvi uma história bem humilhante e verídica de um porteiro, isso mesmo, um porteiro, que ganhou uma cadeirinha de bebê e como no dia não pôde levá-la embora, deixou guardada na sala reservada aos funcionários do condomínio. Infelizmente, no dia seguinte o sindico decidiu que ninguém pode deixar pertences naquela sala e mandou jogar a cadeirinha no lixo porque não sabia de quem era.
     Qual a moral de um simples morador, que deve prestar atenção no condomínio, de jogar fora o que não lhe pertence? Este ato, por mais simples que seja, não deixa de ser desumano. É repugnante ver o quanto alguns seres se consideram melhores que outros, o quanto deixam de pensar no próximo como alguém que se esforça e tem sentimentos tanto quando o próprio.
     Contudo, meus caros, isso é tão comum que as pessoas nem ao menos se dão ao trabalho de parar para observar. Convivo com gente de vários cargos e observo cada uma delas como se fossem um objeto piscando em frente aos meus olhos; revolto-me sempre que constato injustiças, grosserias desnecessárias e degradação pessoal em seu dia-a-dia.
     Não tenho duvidas de que existem patrões-amigos, é raro e quem tem deve aproveitar. Conclui mesmo sem ter trabalhado, que não importa a profissão ou o cargo que se exerça, sempre haverá alguém para dizer que não está bom, que não se fez o suficiente. É como uma prova de fogo ao qual todas as pessoas estão predestinadas a passar e isso é tão certo quanto o fato de que ninguém é biologicamente capaz de lamber o próprio cotovelo.
     Entretanto, meus parabéns a quem insistiu ou ainda insistirá em dizer que é capaz, que sabe o que quer e vai provar que é bom no que faz, porque são essas pessoas que passam na prova da vida, são essas que fizeram as escolhas certas, que continuaram acreditando nos seus sonhos mesmo que o mundo lhes tenha dito que não vale à pena.

3 comentários:

dóri disse...

Orgulho jornalístico, é nóis! hahaha
Seja bem-vinda, Jé!
Beijo

Anonymous disse...

Como existe gente ruim nesse mundo, a pessoa ja nao tem nada e quando possui algo é tirado dele, isso é muito humilhante!

Sou a favor de amizade de funcionários e patrões!

Parabéns pelo post!

Anonymous disse...

JeHh amiga! Como sempre escrevendo maravilhosamente bem; Parabéns amiga, e um dia eu ainda tenho certeza que vou abrir o jornal e ler diariamente sua coluna! suoasoisua sério!
beijos, Nessa!

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