quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Não quero falar de política

Por Marília Fittipaldi

     Bom dia!
     Após um mês de colunas, acho que já é tempo de me conhecerem melhor, não vou me descrever ou coisa e tal. Quero opinar e receber sua opinião numa discussão onde o foco não vai ser política e sim, população - apesar do assunto envolver a política, digamos que como “essência”.
     Andando pelo bairro essa semana, me deparei com uma cena muito comum: uma senhora lavava seu quintal. Nada de mais se eu não tivesse reparado que as folhas que haviam caído de suas plantas estavam sendo lavadas e empurradas com um esguicho para fora, e entenda como fora, a calçada. A senhora esticava o braço pelo portão, o esguicho fazia o seu serviço e pronto, problema resolvido, a casa lavadinha e livre de folhas e pequenos dejetos. Ela não se importou com a água que usava ou com a quantidade de coisinhas que estavam na sua calçada, o vento iria levar, ou alguma chuva lavar, ou algum lixeiro limparia, ou não! Isso com certeza não era relevante.
     Não quero me posicionar como uma critica, pois muita gente faz isso e admito que já vi acontecer outras vezes bem mais perto de mim, mas se for pensar bem, O que acontece se um carro parar na frente da garagem desta senhora? Ela vai reclamar e acionar um guincho, da mesma forma que se um grupo de jovens se reunir na calçada de sua casa para usar drogas, ou menos, apenas conversar e beber, ela vai chamar a policia, se o bueiro próximo dali entupir e causar problemas à ela, o serviço publico vai ficar sabendo. Mas e aquelas folhas, quem tem que cuidar? É claro que em todas essas situações onde o governo foi acionado, estão plenamente corretas, deve-se sim tomar uma providência, mas e o que você faz? Quem cuida? De quem é a responsabilidade? É bem fácil exigir as coisas, difícil é fazer a sua parte.
     Já ouvi milhares de vezes, pessoas falando: “Jogo lixo no chão sim, como um bom cidadão tenho que gerar empregos onde vivo. Se não houver lixo quem vai recolhê-lo? Melhor o cara viver de um trabalho como lixeiro, com o lixo que eu gero, do que viver me assaltando..” Por favor, uma coisa não justifica a outra. Uma coisa é a falta de empregos que faz com que até pessoas formadas esqueçam seus diplomas e trabalhem em áreas não muito valorizadas, outra coisa completamente diferente é jogar lixo na rua.
     Brasileiros, dêem valor ao que vocês tem. Vamos parar de reclamar das enchentes e fazer a nossa parte. O governo não teria que fazer coleta em rios se não jogássemos coisas nele. Não vou ser hipócrita e dizer que só a população causou tudo isto, sabemos muito bem a divida que muitas empresas tem com o meio ambiente. Mas que moral teremos pra cobrar mudanças, se ainda não há consciência nem de reciclagem. Está mais do que na hora de varrer nossas calçadas, recolher e separar nosso próprio lixo, fiscalizar não só o governo, mas o vizinho. Escrevo tudo isto, talvez por remorso de não ter falado estas coisas pra aquela senhora; não queira ter o mesmo sentimento. Faça o seu, pra poder cobrar o do outro.

Um comentário:

A!!ªN disse...

Concordo. Chego em casa com um monte de papel de bala e doces no bolso. Não jogo na rua. Os lixeiros não precisam do lixo para sobreviver, só a poeira, as folhas da rua fazem eles trabalharem. Agora pets e embalagens só faz eles terem serviço dobrsdo. o gente que pensa pequeno. Nem votar sabe.

Postar um comentário