quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Água, o tesouro que vaza pelo ralo

Por Mateus Martins


     No planeta, apenas 3% da água existente são potáveis e somente 0,75% está acessível para o consumo humano e utilização agrícola e industrial. Dessa água potável disponível, cerca de 70% é destinada à agricultura, 20% à indústria e 10% às casas.
     O Brasil é o grande campeão em quantidade de água, tem cerca de 13% da água potável disponível no planeta, mas a metade da água distribuída é desperdiçada, quantidade que daria para abastecer França, Bélgica, Suíça, Norte da Itália e Holanda, ao mesmo tempo, segundo o ecologista Leonardo Boff.
     O maior desperdício se dá na má utilização, distribuição irregular e poluição da água urbana e industrial.
     As construções urbanas impermeabilizam o solo. A falta de matas ciliares dificulta a absorção da água pelo solo. O excesso de agrotóxico usado na lavoura contamina o lençol freático e os cursos da água. O lixo também provoca contaminações. As queimadas alteram os ciclos das chuvas. Tudo isso favorece a redução de água potável disponível.
     Hoje, segundo dados da ONU, mais de 2 bilhões de humanos, dos 6 que habitam o planeta, padecem pela falta ou má qualidade da água, e esse índice vem crescendo. Ou seja, a água poderá em um futuro não muito distante causar um desastre populacional, talvez até mesmo a exterminação da vida humana terrestre, já que a ONU também afirma que a água mata (pela má qualidade ou por carência) dez vezes mais que as guerras armadas.
     Enfim, o grande tesouro do século atual se degrada rapidamente. Nós estamos sofrendo as consequências da degradação, e sofreremos cada vez mais enquanto não soubermos aproveitar esse bem tão precioso. Sem dúvida, estamos deixando escapar pelos ralos uma riqueza inestimável. Nossos descendentes nos cobrarão essa dívida.

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