sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Escola Democrática

Por Mateus Martins


     Carteiras enfileiradas, o professor na frente da sala, alunos sentados em postura, chamada diária, frequência obrigatória em todas as aulas, normas a serem cumpridas, uma hierarquia a ser respeitada, etc. Essas são as características do sistema de ensino brasileiro.
     Tradicional, conservador, autoritário, burguês e estratificado. Sim esse é o perfil das escolas no nosso país. Um modelo medieval que obriga às crianças a ir à escola e assistir a todas as aulas, e que para conseguir isso ditam regras. Será que não existe uma forma melhor, mais eficiente, de educar?
     Sim, existe. Fundada em 1921, pelo educador Alexander Sutherland Neill, a escola inglesa Summerhill é democrática e tem como princípios básicos: a possibilidade de os alunos escolherem se querem ou não assistir as aulas e a dinâmica de assembleias, onde todos participam para decidir as normas da escola.
     Summerhill destaca-se por defender que as crianças aprendem melhor se livres dos instrumentos de coerção e repressão utilizados pela grande maioria das escolas. Todas as aulas são opcionais e as decisões são tomadas por todos, sendo que alunos, funcionários e professores tem o mesmo poder de participação e voto. Liberdade ao pé da letra!
     Muitos criticam o sistema porque acham que as crianças crescem libertinosos e sem limites, além de não aprender o necessário e não aprender a ter responsabilidades e compromissos. Mas esse pensamento é falho. As crianças são educadas, conscientizadas e disciplinadas pelos educadores e quem não frequenta muito as aulas corre o risco de perder a vaga. E com relação às matérias, os alunos já crescem aprendendo aquilo que gostam e que querem, ficando fácil escolher um curso superior, uma carreira profissional, além de estarem já especializados naquilo que é necessário para o seu futuro.
     Termino com uma frase de Neill, o fundador, "uma criança deve viver a sua própria vida - não uma vida que seus pais acreditam que ela deva viver, não uma vida decidida por um educador que supõe saber o que é melhor para a criança."
     Enfim, Summerhill é um exemplo a ser seguido por qualquer um, uma vez que quem estudou na escola inglesa se tornou mais capacitado para a vida e mais especializado em sua profissão.

     Se interessou? Saiba mais no site da Summerhill: http://www.summerhillschool.co.uk/

5 comentários:

K. disse...

Meu Ensino Médio teria sido muito mais feliz se estudássemos em Summer Hill.

Mateus Martins disse...

Com certeza. Eu faria só Matemática, História e Geografia.

Me livraria das outras!!!! Seria ótimo.

dóri disse...

Pois é, eu teria notas mais altas nas matérias que eu realmente gosto pra estampar meu histórico escolar.

Xila disse...

O ensino fundamental e médio,principalmente estadual,realmente é falho e não satisfaz as exigências sociais como o vestibular de Universidades Públicas por exemplo.
Entretanto,a liberdade proporcionada pelo sistema de Neil jamais se aplicaria num país como o Brasil.
A base da teoria educacional de Neil é o interesse subjetivo de cada aluno,no caso de nosso país,grande parte dos alunos nem ao menos se interessam.Almejam diversas outros caminhos que não o estudo e estão cada vez menos capacitados intelectualmente e mais expostos à alienação alheia.
Para ser viável as idéias de Neil,é necessário primeiramente um ambiente propício com uma geração de alunos centralizada e já decidida profissionalmente.O que é raro de encontrar atualmente.

"A maioria dos alunos que saem das escolas públicas possuem em mente onde querem estudar antes mesmo de terem escolhido o curso".

Eu mesmo fui e ainda sou vítima desta concepção pós Ensino Médio huauhahua

Fred disse...

Hum... Eu não ia às aulas regularmente, não gostava de nenhuma matéria e quase sempre tomava advertência, se eu estudasse nessa escola provavelmente seria preso.

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