segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O surreal que faz sucesso

Por Mateus Martins


     Por que será que os realitys shows fazem tanto sucesso? Por que garantem os maiores índices de audiência para as emissoras de TV? Será que eles, realmente, retratam a realidade? Bom essas são perguntas, que de vez em quando, me vêm a cabeça.
     Bom, eu até cheguei a perguntar para algumas pessoas sobre isso, e concluí que esses programas são realmente um divertido passatempo, onde você se posiciona como o juiz do jogo, que aprova ou reprova atitudes alheias.
     Portanto, o "Big Brother", que é o principal reality do Brasil, não passa de um aprisionamento e que, por isso, força às relações sociais intensas, gerando a todo momento intrigas, fofocas, romances, entre outras interações, o que proporciona a dinâmica ao jogo.
     E, provavelmente, o segredo para o sucesso esteja aí. Muita gente adora palpitar nas situações que não cabe a si própria.
     Mas tem mais um ponto que eu queria abordar. Muitos participantes discurssam que estão sendo eles mesmos, que são verdadeiros. Mas os realitys shows como o BBB não retratam a pura realidade e a personalidade de uma pessoa, já que com a pressão do confinamento, com  a falta de contato com o mundo, fatos, internet, TV, rádio, celular, relógio, e até com as pesoas de confiança, como a família e amigos, a situação muda por completo, um participante não reage da mesma forma lá na casa e na vida real. Ou seja, de reality esses programas não têm nada. E o pior é que o público acaba criando uma falsa imagem da pessoa, julgando, no jogo, alguém que não condiz com a sua verdadeira realidade de vida.
     Tem mais uma coisa. Além de tudo aquilo ser surreal, o BBB não tem um fundamento, um objetivo, claro, porque se o programa deve proporcionar fama aos participantes, isso é uma furada, uma vez que, o sucesso "é eterno enquanto dura" (adaptando de Vinícius de Moraes). Porque com o fim de uma edição, no máximo iremos lembrar do ganhador, e olhe lá.
     Enfim, o BBB pode ser uma "farsa", mas vicia aqueles que adoram se intrometer na vida dos outros. Se é útil ou fútil, não estou aqui para julgá-lo.
     E o que me motivou a falar sobre isso foi a estreia da décima edição do programa, que será amanhã (12). Mas eu garanto que uma hora o BBB vai enjoar definitivamente o telespectador, como já vem enjoando. Então, vamos ver até quando o programa resiste.

7 comentários:

Mateus Martins disse...

Concordo contigo Paulo.

Realmente, isso é sim cultura inútil,na minha opinião.

E cada dia mais a TV será assim. Os realitys tomam o espaço do que é cultural e exemplar.

pedrinho disse...

muuito boom matheus !

João Victor disse...

Com certeza, esses programas só existem porque ainda tem gente que assiste. É lamentável, mas tudo o que acontece hoje no Brasil é o reflexo da população.
Ficou bom Mateus, como sempre né (:

Is Farinazzo disse...

Concordo com todos!
Lamentável, mas acontece.

i'm better than that stupid game disse...

Big Brother e todas essas coisas são cruéis, levando em consideração a inspiração da Endemol para criar o formato, que foi o livro 1984.

Mateus Martins disse...

Esse livro é muito bom.

Eu preciso escrever sobre ele. HEHE!!

Xila disse...

Muito bem colocado João Victor!

Enquanto existir a necessidade de ser transmitido,a mídia o fará.

A respeito da "cultura inútil",concordo com o pessoal,o BBB não é um meio educativo proveitoso.Entretanto é uma excelente ferramenta de entretenimento,e infelizmente isto é fato.
Minha preocupação contudo,consiste no fato de o BBB ser um vinculo tão efetivo com a sociedade que pode,com o passar do tempo,alterar certos conceitos que desconfigurariam significantemente alguns aspectos socias,como já vem fazendo.Um por exemplo é o conceito de "fofoca",ou seja,necessidade de observação de um acontecimento,seu julgo (como já dito acima) e por fim o prazer adquirido com a polêmica formada.Fato que tem se apronfundado cada vez mais entre o meio adulto e jovem das diversas classes sociais.
Talvez se o BBB possuísse um cunho importado com a política ou as influências negativas que transmite,não seria ele tão "poderoso" assim.

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